Estratégias comportamentais e capacidade de adaptação dos Neandertais: métodos para investigação de mobilidade e uso de recursos no território

O povoamento humano durante o Paleolítico Médio foi estruturado em torno da paisagem natural e da sua imensa variedade; o homem desse período se caracteriza por uma alta propensão em se adaptar ao ambiente, conseguindo contornar os limites e aproveitando as oportunidades e riquezas disponibilizadas, mas nunca chegando, por limitações provavelmente mais tecnológicas que cognitivas, há modificar a paisagem em um sentido antrópico para que ela se adapte a ele e às suas necessidades e circunstâncias. Este “usufruidor” nômade é representado pelo Homem de Neandertal, o principal criador de culturas dentro da categoria cronológico-cultural do Paleolítico Médio, que viveu no continente euroasiático entre aproximadamente 300.000 e 40.000 anos atrás. O seu comportamento, considerando a duração do período em que ele existiu e a variabilidade ecológica com a qual ele era forçado a se confrontar, deveria ser muito diversificado.Neste contexto, influenciaram indubitavelmente, e quase certamente de forma determinante, os fatores sociais, que são difíceis e perigosos de determinar diretamente, mas hipotizáveis mesmo que apenas parcialmente na obtenção de informações a partir das confirmações de comportamento simbólico, de demografia, de relações humanas. Os conflitos interpessoais, a presença de outros grupos que exploram o mesmo nicho ecológico, a divisão do trabalho por classes de idade ou sexo, a extensão de grupos humanos que compartilhavam o mesmo abrigo ou as mesmas estratégias de mobilidade: todas essas são variáveis importantes embora quase desconhecidas, que determinam escolhas e estratégias de comportamento.