A Psicologia Ambiental tradicionalmente dedicada aos estudos da relação pessoaambiente, numa postura interdisciplinar vem dialogando com outras psicologias e áreas,defendendo a necessidade de modelos mais integradores e teoricamente mais robustos na compreensão das atitudes e condutas ecológicas. Tradicionalmente ela identifica como principais fatores preditivos destas dimensões, as crenças, as concepções e os valores, operacionalizáveis através de variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade). A Educação Ambiental que também vê na adoção de um sistema de crenças, valores e sensibilidades éticas e estéticas dimensões primordiais para a formação de um sujeito ecológico, ou seja, daquele que segue um modo ideal de ser e viver, com modos próprios de pensar o mundo e de pensar a si mesmo e as relações com os outros, compartilha com a PA suas inquietações na busca por formular programas de educação ambiental eficazes. Considerando que as condutas ecológicas são ações voluntárias emitidas pelos indivíduos no decorrer do ciclo de vida, avaliadas conforme suas conseqüências para o meio ambiente, que se pautam em certa medida por uma ética que leva em consideração o bem-estar de outros seres vivos em detrimento dos desejos humanos, poderíamos pensar que o desenvolvimento humano de um raciocínio ecológico-moral pode refletir num processo de mudanças nos julgamentos e comportamentos de cuidado dirigidos ao meio ambiente. O raciocínio ecológico-moral, portanto, é caracterizado como o conjunto organizado de pensamento (concepções e valores) que reflete a relação do homem com o meio ambiente. Neste sentido, o mesmo tem despertado o interesse de pesquisadores que buscam explicar sua origem e potencial para o planejamento de programas educacionais que almejem a formação de um sujeito ecológico. Entretanto, os estudos que investigam este construto nos trazem uma medida ainda predominantemente subjetiva, baseada no modelo de entrevista clinica de Piaget, o que dificulta a replicação dos resultados em contextos variados. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo construir um instrumento de medida objetivo do raciocínio ecológico-moral em pré-adolescentes e adolescentes para o contexto brasileiro. Após a construção teórica dos itens, análise da adequação semântica e dos juízes, três versões do piloto (a primeira versão contendo dois dilemas ecológicos morais com oito questões cada, a segunda versão com um dilema com oito questões e a penúltima versão com dois dilemas com seis questões cada) foram testadas em estudos preliminares com amostras independentes de estudantes do ensino fundamental e médio, de ambos os sexos, em um município no sul do Brasil (na faixa etária dos 10 aos 18 anos), totalizando 93 participantes. Para as análises psicométricas, foram realizados: o cálculo da consistência interna e o de correlação r de Sperman. Os resultados deste trabalho possibilitaram a reformulação do instrumento. A ultima versão do mesmo (com um dilema com seis questões) demonstrou como resultado adequação psicométrica para uma determinada faixa etária, numa amostra de 450 participantes. Concluiu-se a validade e precisão do instrumento, o qual poderá ser utilizado em futuras pesquisas, bem como, em diagnósticos e práticas de educação ambiental nas escolas, principalmente com a faixa etária adolescente.

Construçao de uma medida objetiva para avaliaçao do raciocinio ecologico-moral de adolescentes

Longhinotti, Maira;
2012

Abstract

A Psicologia Ambiental tradicionalmente dedicada aos estudos da relação pessoaambiente, numa postura interdisciplinar vem dialogando com outras psicologias e áreas,defendendo a necessidade de modelos mais integradores e teoricamente mais robustos na compreensão das atitudes e condutas ecológicas. Tradicionalmente ela identifica como principais fatores preditivos destas dimensões, as crenças, as concepções e os valores, operacionalizáveis através de variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade). A Educação Ambiental que também vê na adoção de um sistema de crenças, valores e sensibilidades éticas e estéticas dimensões primordiais para a formação de um sujeito ecológico, ou seja, daquele que segue um modo ideal de ser e viver, com modos próprios de pensar o mundo e de pensar a si mesmo e as relações com os outros, compartilha com a PA suas inquietações na busca por formular programas de educação ambiental eficazes. Considerando que as condutas ecológicas são ações voluntárias emitidas pelos indivíduos no decorrer do ciclo de vida, avaliadas conforme suas conseqüências para o meio ambiente, que se pautam em certa medida por uma ética que leva em consideração o bem-estar de outros seres vivos em detrimento dos desejos humanos, poderíamos pensar que o desenvolvimento humano de um raciocínio ecológico-moral pode refletir num processo de mudanças nos julgamentos e comportamentos de cuidado dirigidos ao meio ambiente. O raciocínio ecológico-moral, portanto, é caracterizado como o conjunto organizado de pensamento (concepções e valores) que reflete a relação do homem com o meio ambiente. Neste sentido, o mesmo tem despertado o interesse de pesquisadores que buscam explicar sua origem e potencial para o planejamento de programas educacionais que almejem a formação de um sujeito ecológico. Entretanto, os estudos que investigam este construto nos trazem uma medida ainda predominantemente subjetiva, baseada no modelo de entrevista clinica de Piaget, o que dificulta a replicação dos resultados em contextos variados. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo construir um instrumento de medida objetivo do raciocínio ecológico-moral em pré-adolescentes e adolescentes para o contexto brasileiro. Após a construção teórica dos itens, análise da adequação semântica e dos juízes, três versões do piloto (a primeira versão contendo dois dilemas ecológicos morais com oito questões cada, a segunda versão com um dilema com oito questões e a penúltima versão com dois dilemas com seis questões cada) foram testadas em estudos preliminares com amostras independentes de estudantes do ensino fundamental e médio, de ambos os sexos, em um município no sul do Brasil (na faixa etária dos 10 aos 18 anos), totalizando 93 participantes. Para as análises psicométricas, foram realizados: o cálculo da consistência interna e o de correlação r de Sperman. Os resultados deste trabalho possibilitaram a reformulação do instrumento. A ultima versão do mesmo (com um dilema com seis questões) demonstrou como resultado adequação psicométrica para uma determinada faixa etária, numa amostra de 450 participantes. Concluiu-se a validade e precisão do instrumento, o qual poderá ser utilizado em futuras pesquisas, bem como, em diagnósticos e práticas de educação ambiental nas escolas, principalmente com a faixa etária adolescente.
2012
Psicologia Ambiental; Educação Ambiental; Medidas
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